segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

sou tua



...

"Pergunta-me
se te voltei a encontrar
de todas as vezes que me detive
junto das pontes enevoadas
e se eras tu
quem eu via
na infinita dispersão do meu ser
se eras tu
que reunias pedaços do meu poema
reconstruindo
a folha rasgada
na minha mão descrente
Qualquer coisa
pergunta-me qualquer coisa
uma tolice
um mistério indecifrável
simplesmente
para que eu saiba
que queres ainda saber
para que mesmo sem te responder
saibas o que te quero dizer"


Mia Couto

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

o mito do quarto minguante

acordei com vontade de manter-me de olhos bem abertos ao mundo, tentando que a tua sombra nao ofuscasse o meu caminho. eu tento, todos os dias, que a tua voz não me interrompa a atenção, que os teu olhos não se reflictam na imagem de um mar tumultuoso de Inverno. pediste-me que te contasse a forma que o teu corpo tem tomado nos meus sonhos... zangado, de rosto boémio, falas uma língua de bêbedo que me insulta a cobardia. Espetas-me insultos como uma faca no coração e depois partes, a chorar despedidas. e eu, fico sempre à espera do teu perdão solidário, fico à espera inventando formas de contrariar esta história sem fim. Sempre a imaginar-te a afagares-me a culpa.Tudo ficou difícil quando um dia não escolhi o amor.


O amor… queria tê-lo preso ao meu corpo, que não andasse solto, descalço e sem botões no casaco.
Por isto, por tudo, deixa-me chorar. deixa que este calor me atravesse e separe todas as partículas do meu sentir. Que me construa um lugar novo para sonhos e eufemismos onde te veja a sorrir mesmo que a dor seja a única que vislumbres. deixa-me acordar livre ou deixa-me livre para acordar.

com a certeza de que o sol está para lá do poente a iluminar também, outros olhares.




Please let me be
No more no less
Than a beautiful mess

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

onde sempre estamos




here is the deepest secret nobody knows
here is the root of the root and the bud of the bud and the sky of the sky of a tree called life, which grows higher than soul can hope or mind can hide.
and this is the wonder that's keeping the stars apart
i carry your heart(i carry it in my heart
)

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

quando quero chorar...



o amor perdeu o seu caminho. vejo-o aninhado no horizonte do teu olhar. o meu, deixei-o na espuma das ondas...

diz-me meu amor... porque choras?

tenho de ir e dentro de mim nada levo.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Dentro



tu lês. antes de ti, ela muda as palavras. antes dela,
eu escrevo. eu passei por aqui, ela passou por aqui,
tu passas agora por aqui.


entendes isso? ela está onde tu estarás. eu estou onde
ela estará. eu corro pelas palavras, ela persegue-me.
tu corres atrás de nós para nos veres correr.

eu escrevo casa e continuo pelas palavras. ela segura
as letras da casa e escreve vida. tu lês vida e entendes casa
e vida. eu não sei o que entendes.

eu corro. ela corre atrás de mim. tu corres atrás dela.
não existimos sozinhos. sorrimos quando paramos,
quando nos encontramos. aqui.


José Luís Peixoto

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Com a janela aberta e os sonhos (des)amarrados








Depois de nós, a musica, nas cordas da saudade*

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

train song





pela saudade de ouvir esta doce voz.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Abraçar.te



Quando o céu é o nosso chão...


segunda-feira, 27 de outubro de 2008

de profundis





Sento-me e descanso. Contemplo a tua forma nas ondas que varrem os meus desenhos na areia. Deito-me e escuto-te… vais e vensVens. Trazes contigo pedras preciosas, verdes e transparentes, pedaços de vidros que o teu corpo com o tempo moldou. Mas eu gosto. Guardo-os como pequenos tesouros.
Escuto-te entre tantos sons e entre(.)tanto, enterro as minhas mãos no teu chão. Quero sentir o teu fundo e daí rasgar-te o medo de beijares a minha boca. Afoga-me na tua sede…
Vais e vensVais. E eu vou contigo, sempre que fecho os olhos. Mergulho no teu corpo, sem medo, sem nós e sem sombras e a minha loucura ganha voz para dizer-te: hoje, quero-te para sempre.

volta, um dia.





Sempre só neste banco de jardim, como eu no ramo desta àrvore. Conheço a dor que vestem os teus olhos e o cansaço que escondes nos ombros. A tua face nua, (des)espera pelo mesmo sorriso que teima em nunca mais voltar. Prisioneiro da elegância do seu toque, quando colheu uma pétala, da flor deste jardim.
Cravaste o nome dela neste ramo para te lembrares que um dia as suas mãos ensinaram-te a dançar. Agora já sabes dançar e se ela volta ou não… não sei. Sei que passou por aqui, um dia.
Vou em silêncio confessar-te: as bailarinas são como os pássaros…

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Métrica sem regras



*Porque há imagens que, viradas do avesso contam exactamente a mesma estória





*A forma das palavras mudas, num fechar de olhos:

... não quero o presente, quero a realidade;
Quero as coisas que existem, não o tempo que as mede

...

Eu devia vê-las, apenas vê-las;
Vê-las até não poder pensar nelas,
Vê-las sem tempo, nem espaço,
Ver podendo dispensar tudo menos o que se vê.
É esta a ciência de ver, que não é nenhuma.


Alberto Caeiro

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

mote


One morning I woke up and I knew that you were gone. A new day, a new way, I knew I should see it along. Go your way, I'll go mine and carry on. The sky is clearing and the night has gone out. The sun, he come, the world is all full of light.

Rejoice, rejoice, we have no choice but to carry on. The fortunes of fables are able to sing the song.

Now witness the quickness with which we get along.To sing the blues you've got to live the tunes and carry on.

Carry on, love is coming, love is coming to us all.

Where are you going now my love? Where will you be tomorrow? Will you bring me happiness? Will you bring me sorrow?

Oh, the questions of a thousand dreams, what you do and what you see, Lover, can you talk to me? When I was on my own, chasing you down, What was it made you run, trying your best just to get around? The questions of a thousand dreams, what you do and what you see, Lover, can you talk to me?

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

caminhamos ainda
sabemos que deixou de haver tempo para nos olharmos
a fuga só é possível dentro dos fragmentados corpos
e um dia......quem sabe?
chegaremos


Al Berto



sábado, 27 de setembro de 2008

... and when the night is cloudy...

let it be, let it be...


penso: quantas vezes por dia me despeço de ti? dos sonhos que desenhamos na face da lua. das estrelas que decoramos como nosso lugar.
Impera em mim a sensação de estarmos cada vez mais longe, contrariando a certeza de saber-te a escrever a nossa história em páginas secretas, amordaçadas na angustia de um grito eminente.
Ou não. Talvez estejas apenas a existir na plenitude daquilo que a vida te coloca à frente... Sorrindo.
Ou aquilo que penso de ti, é efectivamente a imagem de mim reflectida neste espelho?


There will be an answer...

sobrevivo nesta linha inconstante. sou equilibrista. controlada nos passos. atenta às horas que abalam sismicamente os alicerces da minha alma.
Vou ruir.

dificil---mente

let it be.

domingo, 21 de setembro de 2008

dar-te de beber depois da tempestade




Onde param as frases que outrora ressoaram constantes nos meus ouvidos?

dispersas na dispersão da minha nicotina, que não consigo travar.

...



Este medo não gela. ferve.
E nele consigo prever que nem as tuas mãos deixam adivinhar as minhas. estão quentes demais. como nunca.

Há sempre uma hora para partir... A tua, estava cravada nesse novo traço do teu rosto.


Não te preocupes.

Eu estou pronta. como as folhas de outono.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

I talk to the wind


Said the straight man to the late man
Where have you been
I've been here and I've been there
And I've been in between.


I talk to the wind
My words are all carried away
I talk to the wind
The wind does not hear
The wind cannot hear.


I'm on the outside looking inside
What do I see
Much confusion, disillusion
All around me.


You don't possess me
Don't impress me
Just upset my mind
Can't instruct me or conduct me
Just use up my time


I talk to the wind
My words are all carried away
I talk to the wind
The wind does not hear
The wind cannot hear.



King Crimson

sábado, 13 de setembro de 2008

mar de aguarela


Tento decorar os traços do teu corpo. As cores, as sombras... dos beijos, dos abraços.
Não posso perder-me em mim.
Antes quero perder-me em ti.
Saber as formas que desenham os meus dedos no teu peito.

As lágrimas que se abrem como um rio no teu rosto.

Que sorrisos meus a desaguarem nos teus olhos...




De ti quero saber, que silêncio queres tu calar.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

onde vais com os bolsos cheios?


Eu sou assim... sem saber que sempre o fora!

Assídua ouvinte dos passos do silêncio na estrada...

quero o tudo num minuto e num segundo o nada!

Não, espera, vai-te embora.

Fica, Fica.

Fico perto da hora, que mora longe da saída.

Apanho pedras que guardo no bolso.

Se te tivesse deixava-as na areia...


(está pesado o meu vagar)


Caio no beijo da noite, adormecida.

Morro! Afogada nas lágrimas salgadas da despedida.



Assim era ela...

segunda-feira, 28 de julho de 2008

lua lua lua, quem te fez assim tão nua?




Apesar das nuvens, ela enevoada tomava conta do céu


e do olhar daqueles que a desejavam como porto de abrigo do coração.


Espelho de prata de quem um dia sonha viver perto das estrelas...

***


Os segredos moram na luz sublime da lua...

Hoje sei que sorris na outra metade*






e agora?

terça-feira, 15 de julho de 2008

A costureira dos sonhos perdidos






Não há coração que aguente este constante repeat que és nas páginas de qualquer livro ...





Hoje, prometo parar de seguir-te o rasto nas palavras que te compõem.



Dormirei do outro lado da cama. ouvi dizer que lá também se sonha.


segunda-feira, 14 de julho de 2008

ha dias em que um segundo faz toda a diferença

a verdade na sombra de um lírio




ele: dás-me a tua mão?

ela: agora quero ficar aqui

ele: quando voltas?

ela: quando deixares de perguntar! quando me encostares à parede e me pedires para ficar.





ainda se pintam lírios nos corações que não deixam de acreditar..




life always find a way.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Um dia







Um dia as tuas mãos atravessaram o meu peito e o meu coração ficou maior.


Um dia a lua adormeceu na nossa cama.


Um dia um beijo foi eterno assim como o teu suor nas minhas mãos


Um dia a noite foi plena


Um dia foi a promessa de um dia igual


Um dia foi aquele dia, quando as nossas linhas das mãos eram o desejo de se cruzarem... um dia


Um dia, um dia há-de ser a memória de todos as dias que foram, a sorrir e a soprar devagarinho para dentro de nós.


Enquanto isso vivamos, cientes de que todos os dias podem ser o primeiro das nossas vidas.






mil Beijos mil pelos mil Dias mil


*






domingo, 6 de julho de 2008

dentro de mim






És Tempestadade no meu Corpo.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Há músicas que não têm fim...






Há músicas que escrevem melhor a alma do que as palavras. Há músicas que torcem o coração,outra há que o embalam, como duas mãos quentes e macias...
Há músicas que nos vendam os olhos e, cegos prosseguimos com a sensação de sabermos exactamente onde colocar os pés.
Há músicas que fazem o corpo rodopiar sobre si mesmo deixando-o cair em câmara lenta num tapete de lã.
Há músicas que dançam a alma até a mesma perder o fôlego..
Há músicas que fazem lembrar o que já esquecemos, outras há que nos fazem esquecer o que constantemente lembramos.
Há músicas que moram num beijo, outras na palma da mão.
Há músicas que nos transportam para o passado, outras para o futuro... outras ainda que cristalizam o presente.
Há músicas que são labirintos sem saída, há outras que são mergulhos superficiais.
Há músicas que são cordas, outras que são tiras de seda.
Há músicas que são abraço, outras um peso.
Há músicas que são veneno, outras que são antídoto.
Há músicas que aumentam o calor, outras que provocam arrepios.
Há músicas que são um tiro no escuro, outras que são um tiro certeiro.
Há músicas que são hinos, outras que são fados...
Há músicas que fazem levitar, há músicas que provocam uma morte lenta...
Há músicas que fazem parar o tempo, umas que pintam quadros e outras que fazem sonhar...
Há músicas que não têm nome, outras que têm sentido...

Há músicas que ocupam o lugar do coração, como esta

sexta-feira, 27 de junho de 2008

...

Aceita-se encomendas ( de preferência grandes), pelos simples prazer de rebentar bolinhas.



Vale dos Estalinhos, nº4920
MArte

Dizem que é do calor!

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Butterflies- Sia Furler




"Because we came from the same cocoon"

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Festival MED

Vale a pena vir aqui



A destacar:

** Caravan Palace

** Balkan Beat Box

**Kilema

**Idan Raichel Project

**Tambours du Bronx

** Solomon Burke (:)

**Jimmy Cliff...

**Zita Swoon

**La Shica

**Muchachito Bombo Infierno

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Volto Amanhã



Hoje dispo-me da poesia que és no meu corpo

terça-feira, 17 de junho de 2008

Playground Love



I'm a high school lover, and you're my favorite flavor.
Love is all, all my soul
You're my Playground Love.
Yet my hands are shaking
I feel my body reeling, times no matter, I'm on fire
On the playground, love.
You're the piece of gold that flashes on my soul
Extra time, on the ground.
You're my Playground Love.
Anytime, anywhere,
You're my Playground Love.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Resumo

A dispersão da sorte, na transparência do azar



Partida perdida, achada nos segundos do teu olhar
Enquanto a consciência da efemeridade reflecte o desejo do eterno

Começa assim...





...Long you live and high you fly
And smiles you'll give and tears you'll cry
And all you touch and all you see
Is all your life will ever be...





quarta-feira, 11 de junho de 2008

Nas asas de um sonho




...Que grán silencio
Todo en suspenso
Que vértigo de no verte
Retumbo como una campana
Abro la ventana
Y entras tú
Entras tú...

sábado, 7 de junho de 2008

Ecos de Mim...



Agora,

sou ecos de mim.
meu amor...


Espero-te no fim do mar onde um dia fomos um só mergulho.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Sabe a Sonho!


Hoje sonhei-te com sabor a pêssego. Provei-te o sumo num beijo fresco e delicado...

Pedi-te que me envolvesses no teu veludo e tu num gesto suave, abraçaste-me como quem abraça o mundo!



Fecha os olhos e vê...

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Adormece-se aqui.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

(in)verso

Gosto de respirar este ar...
à espera de encontrar-me com o teu.